Roxa xenaider

sexta-feira, dezembro 15, 2006

JOGOS!.. que JOGOS !
“aprender, aprender sempre” ( * )
Na minha adolescência, por força dos meus empregos, um de cada vez, esclareço, percorria inúmeras vezes por dia as ruas da Baixa de Lisboa. Gostava de ver as inacessíveis montras
das Ruas Augusto e do Ouro. Mas era a Rua dos Fanqueiros a que suscitava mais a minha curiosidade e interesse porque havia lá coisas que, na minha inocência, julgava estarem ao meu alcance: uma camisa mais vistosa, quiçá um fatito feito. Enfim, coitado de quem não tem ilusões naquela idade. Mas uma coisa havia que me intrigava, e continuou a intrigar durante imensos anos: “Jogos de Banho” e “Jogos de Cama”, anunciados nas lojas de ,panos !? Se fosse nas de artigos desportivos, vá que não vá. Mas de panos ?. Finalmente, décadas decorridas, se me iluminou o cérebro. E não posso deixar de verberar se queixa de estar a ser culturalmente colonizado pelo Brasil. Pois eu dou graças a essa “colonização”. Foram as telenovelas;sim. Foi graças às Telenovelas brasileiras que eu hoje sei o que são “jogos de banho” e “jogos de cama.” Finalmente está colmatada uma grande falha na minha cultura. Vale mais tarde que nunca. Se bem que agora, com “noventanos” feitos, bastam-me uma toalha e um lençol turcos, e uma almofada e um edredon de penas.
( * ) Lenine .

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Em Memória do Actor Tarquinio Vieira

. Não tenho fotografias de trabalho do "Bocage". As que em tempos remotos conservei,acabaram por perder-se. Já lá vão setenta anos. É muito tempo. Lembro-me do Actor Tarquínio Vieira como um homem alto e forte vestido com o uniforme de Oficial de Marinha. Tinha regressado da Índia com o Manuel Maria ,este também Marinheiro. Recordo-me que quando M.M. adoeceu, foi em casa deste seu Camarada que esteve convalecendo.Não tenho a certeza de que o personagem que o Tarquínio interpretava fosse o de Visconde (?) de Assentiz, Seabra, ou se o Tarquínio é que se referia a este Visconde. Vejo a imagem em retrospectiva . Mas é tudo muito nebuloso. O que não era, nem é nebulosa é a imagem das duas irmãs do Tarquinio. Uma, a mais nova era uma figura muito doce. Chamava-se Maria Castelar .e não me lembro de a ter visto em qualquer outro filme, nem antes nem depois. A mais velha, interpretada pela Atriz Maria Helena Matos, filha da Grande Maria Matos ~a Dª Maria como era tratada por toda a gente de teatro. A Maria Helena inmterpretava o papel de Anália ( com N) estava longe da doçura da irmã, mas era um tormento de sensualidade que transmitia, com toda a naturalidade, à peronagem. As duas irmãs estavam apaixonadas pelo Manuel Maria cujo coração, e não só, oscilava entre uma e outra. Acabou por cair para o lado da Anália, que era bem mais atrevida do que a mais jovem. Recordo uma cena doM.M. convalescente e a Anália levando-lhe à cama um prato de papas. Então o Poeta imortalizou a Cozinheira com um poema inesquecível:
Pr'a que viva a cozinheira
que tão boas papas fez,
Confesso,
que desta vez,
bem me sabe e bem me cheira.
O Papa em sua cadeira
vestindo estolas e capas,
não faz coisas tão guapas.
A cozinheira faz mais.
O Papa faz Cardeais...
e a Cozinheira faz Papas.
também foram estes Amores com Anália que o levaram à prisão do Limoeiro - não me pergunte porquê. Ha uma cena em que o M.M. se chega ao gradão da enchovia, e olhando para fora canta: ( sim, canta, porque a Vida do Bocage foi transformada quase numa Opereta. Mas isso é outra
hitória que referi noutra ocasião.)
Aqui vai o poema:
Nesta prisão
que o Amor Cruel me deu,
O Coração
mais preso está do que eu
. Anália o tem
nas graças o seu olhar.
E desse Bem
nunca o poderei soltar.
Para matar
d'uma vez toda a alegria.
basta roubar
nossa Liberdade,
um dia.
Ai, que saudade
eu tenho, de andar na rua,
Ai, Liberdade...
quem n'a tem chama-lhe sua.
Creio que não se interessará por mais cantigas, e sobre o seu Tio/Avô pouco mais poderei dizer. Creio, mas não posso garantir que o Tarquínio Vieira, interpretava o mesmo papel na versão espanhola que se chamava "Las Três Gracias" e o Bocage era interpretado pelo actor espanhol, Alfredo Mayo. Quanto a fotografias, acabo de ter, agora mesmo O5.00 H. uma ideia que talvez resulte. O Realizador da TV Pedro Martins, era filho do João Martins, um grande Fotógrafo que foi também "fotógrafo de cena" de vários filmes nas décadas de 30/40. Talvez no espólio do Pai, o Pedro possa encontrar fotos do seu Tio/Avô Tarquinio. Pode dizer ao Pedro que fui eu que o indiquei. Esta prosa, afinal é mais uma carta "aberta" à saudade, do que um comentário a um blogue. Paciência, e já agora, que o "mal" está feito, aqui vai para si, José, um grande abraço, com os desejos de que estas longas, quiçá fastidiosas linhas lhe tenham, de algum modo, sido úteis.

domingo, dezembro 10, 2006

A propósito de "Dança Comigo"

Acabo de ver mais um programa com gente que dança muito bem. Nem parecem amadoras.. Eu não sou "expert" nunca fui grande dançarino, mas aprecio a arte, a elegância, e a bleza da dança e de. . .quem dança.. Mas aqui, permitam-me uma crítica que desejo construtiva. Trata.-se de um Concurso, e pede-se a colaboração do Público para o "Juizo Final" ( salvo seja ). E aqui, surge-me uma dúvida e uma dificuldade na escolha, pois sou incondicional partidário da igualdade de condições, de julgamento. E confesso que me sinto frustrado, e comigo, penso que muita gente. Alguém verá os dançarinos com "aquelas" concorrentes,? E alguém verá os concorrentes com "aquelas" dançarinas? . Eu bem me esforço, para dar o meu voto com inteira isenção e justiça. Não tenho conseguido e por isso não voto.. Mas permito-me uma sugestão para tornar mais equilibrada a competição entre eles e elas. Proponho que as dançarinas acompanhantes dos homens, venham: se não de "escafandro", pesado e incómodo ,concordo, pelo menos de fato-macaco. Ou então que dancem sozinhas. Afinal de contas ninguém olha para eles!.. Com perdão das Mulheres.

sábado, dezembro 09, 2006

Preito a Humberto d’ Ávila


Acabo de ler a notícia do falecimento do Comendador Humberto d’ Ávila. Encontrámo-nos pela última vez há cinquenta e oito anos, 1948. em circunstâncias inesquecíveis, que recordo agora através destes:
(excertos do blog " Círculo de Cinema" postado em Julho de 2005)


(...). . . então qual era a nossa actividade? Revelar BOM CINEMA. Chamávamos a nós filmes já passados no Circuito Comercial, que mereciam nova visão. Fazia-se uma resenha crítica (..) falava-se do realizador, do argumento, enfim, do filme como integrante de uma dada "escola" cinematográfica. Imprimíamos um Boletim com essas notas críticas, incluíamos um questionário (..) juntávamos bilhetes e enviávamos para os nossos DOIS MIL sócios. Cada filme era exibido duas vezes em dois Domingos de manhã no Cinema Capitólio.(...) se a PVDE fosse àquelas matinés e levasse os espectadores, acabaria com o MUD. “(..) cito de memória, entre outros: Professores Bento de Jesus Caraça e Falcão Trigoso. Mestre Abel Manta. Maestro Lopes Graça ,Escritor José Gomes Ferreira, e dois estudantes: João Abel Manta e Mário Soares. Trouxemos de novo a exibição filmes como "A Estrada que Conduz ao Céu" . "Roma Cidade Aberta". "A Batalha do Rail". "La Belle et la Bette", e um extraordinário "Western" ( três dias no Olímpia.) Depois da passagem pelo Capitólio, o Cinema Tivoli relançou-o e exibiu-o durante duas semanas. (...) no dia 1 de Fevereiro (...) a PVDE assaltou a casa e levou as pessoas que lá estavam a trocar bilhetes de uma para outra sessão (...) vasculharam a casa em busca de manifestos do dia 31 de Janeiro. .Não encontraram nada mas, mesmo assim levaram toda a gente para Caxias. Durante essa noite foram entrando mais pessoas cujos endereços haviam sido encontrados nos bolsos dos primeiros presos. Entre outros o Crítico de Música Humberto d’ Ávila. (...) a partir do meio da semana, todos os dias era chamado à Polícia um preso dos cerca de vinte iniciais, que já não voltava, teria sido libertado ? ( ..)chegou a vez do Humberto que, ao contrário dos outros voltou já de noite. Quizemos logo saber o que se tinha passado mas ele começou a tirar cuidadosamente a roupa, começando pelo chapéu: um "Bursalino" preto à Diplomata, um sobretudo de bom Corte, camisa com colarinho engomado Enquanto isto, recusou-se a relatar o que se tinha passado: "estou muito cansado. Amanhã conto" Não houve nada a fazer. Na manhã seguinte satisfez a nossa ansiedade: A polícia acusava-nos de exibir filmes comunistas como " Roma Cidade Aberta" "ABatalha do Rail" etc. O Humberto ia rebatendo, afirmando que se tratava de Obras de Arte., e que até a Orquestra da Emissora Nacional, num Concerto dado pouco tempo antes na Estufa Fria, tinha executado uma Obra de Prokovief que era um Compositor soviético. Os polícias ficaram indignados dizendo que não podia ser, que era mentira dele. E pronto, devolveram-no a Caxias enquanto iam investigar o caso É fácil imaginar os trabalhos em que se terá visto a Direcção da Orquestra... Porque era verdade. O Humberto d’Ávila foi libertado dois dias depois. Muitos de nós fomos ficando (...) o resto poderá ser lido no post "Círculo de Cinema", cujo indicativo deixei no início. Pouco tempo depois embarquei para Angola e perdi o contacto com os Amigos durante trinta anos. Mas lia nos jornais o que por cá se passava, incluindo as Críticas aos Concertos e outros eventos musicais. Agora, tudo terminou para o meu Companheiro de Caxias, É do coração que lhe presto esta pobre homenagem, ,mas é o que a minha dificuldade de movimentos me permite. (...) João Silva.

sábado, dezembro 02, 2006

Martelo Pneumá... perdão, Pedagógico


Acabo de ver um programa televisivo altamente pedagógico. Uma instituição possuidora de carros velhos, dirigida por um “pedagogo” que dá uma entrevista em que explica que o que se vai passar destina-se a pessoas que precisam transvazar as raivas, dar largas à adrenalina, recuperar a tranquilidade, por ventura perdida. Tudo está tecnicamente preparado. Todos os cuidados são garantidos: distribuem-se capacetes, coletes, luvas e óculos de protecção. Todos devidamente acautelados recebem grandes martelos e, à voz de comando rompem em gritos selvagens e, lançam-se numa correria desesperada sobre alguns carros Saltam, pulam, martelam, destroem ao som de uma música muito alta e com um ritmo acelerado ( Rap ?) Não eram crianças, tão pouco, adolescentes: eram adultos, homens de “barba na cara”, aparentemente normais. Não sei quanto teriam pago por aqueles momentos de feliz ferocidade. Mas penso que pelo contrário, deveriam ser recompensados pela lição que deram a tantos jovens dos Bairros Problema,. Abandonados à sua sorte, carentes de carinhos, distracções, de actividades lúdicas, descambam muitas vezes na delinquência, no crime.. E já agora, seja-me permitida uma sugestão: já que o material é com certeza caro, porque não distribuir capacetes, óculos, coletes, luvas e, mais importante ainda,botas,porque andando normalmente descalços poderiam ferir-se nos parabrisas estilhaçados. Dispensar-se-iam os martelos. As pedras estão mais ao alcance e são produtos naturais, ecológicos. Quanto à matéria prima não creio que viesse a haver problema. cidade está repleta de carros das mais diversas marcas, e até topos de Gama. Era só escolher aquele que desejariam ter...e não têm.

O Bolo de Chocolate

É do mesmo programa mas muito menos pedagógica. Digamos que se trata de Doçaria Biológica. Pelo que me foi dado ver, tratava-se de derramar chocolate líquido sobre o corpo semi desnudo de uma jovem, pincelá-la docemente com uma trincha e ir debitando uns quantos conselhos sobre a forma de conservar a pele jovem. Parece que o chocolate é bom para isso. Convenhamos que sim. Mas os nossos pensamentos são ágeis e só não são como as cerejas porque dessas já as palavras se apropriaram. Mas também surgem uns trás dos outros. Estrapolando da estética para a doçaria ou pastelaria: sempre foram apreciados os bolos com recheio de chocolate ou com cobertura do mesmo. Mas o caso vertente traz um dilema de difícil solução, pelo menos antes de provar. O que será melhor, a cobertura ou o recheio. Naturalmente que para chegar a este é preciso primeiro degustar aquele. Por mim, escolhia desde já o Recheio. Mas se calhar, quando chegasse a este já a cobertura me tinha esgotado o apetite.
“Ele, há coisas nesta Vida...”

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Okawa Ryuko












Hi, Teatcher. aqui vai uma surpresa. Espero que a legenda não seja nenhuma inconveniência.
Arranjei-a numa "Loja de Chinês". O moço que a escreveu a meu pedido foi muito prestável.
Espero que tenha sido honesto. Tenho visto as suas cronicas sobre a China. Que erudição! Aliás não foi surpresa para mim propósito: o título que aqui vai será japonês como me disse o moço quando lhe pedi para o traduzir ?. Estou a meio de uma estorieta sobre a "nossa" Terra. Talvez a post ainda hoje. depois gostaria de "ouvir" a sua opinião. Como já sei que será no mínimo generosa, benevolente, estou a pedir elogíos. Que vergonha!

Abraços, John