recordações
Recordações
Como sucede habitualmente de manhã, debrucei-me da janela e olhei o vasto espaço que tinha ao alcance do meu 10º andar.
Algo me fez reviver a minha longínqua infância: as brincadeiras e até as inocentes maldades que todas as crianças fazem e algumas vão fazendo e refinando pela vida fora, valha a verdade.
De repente dei por mim contemplando um carreirinhos de formigas.
Em seguida veio a costumada maldade: esmaguei o carreirinho e fiquei-me a contemplar a desordem que se estabeleceu naquele, antes tão bem organizado, cortejo.
As formigas escapadas à mortandade corriam desorientadas em todas as direcções.
Mas apenas uns curtos minutos durou o pânico e a desorientação. Pouco a pouco, muito pouco tempo aliás, tudo voltou à normalidade, o carreiro recompôs-se e retomou o caminho anterior.
Esqueci as formigas e voltei à realidade do presente.
À minha frente, em várias direcções e a diversos níveis, corriam
oito vias rápidas e por elas circulavam a grande velocidade, a hora de ponta já ficara para trás, inúmeros carros ligeiros e pesados a um ritmo quase alucinante.
A distância entre o meu ponto de observação e os diferentes laços
causava um efeito de tele-objectiva, como que “esmagando” a paisagem .
Assim se criava a ilusão de que os veículos que se deslocavam
da esquerda para a direita iriam colidir com os que circulavam em sentido contrário.
À tarde correrão em sentidos opostos. Assim foi nos dias anteriores,
assim será no futuro.
Alguém pisou no formigueiro.
Pus-me a especular e conclui: isto é apenas o “play-off” do formigueiro que é a Sociedade no seu conjunto.
E ninguém, parece interessado em levantar o pé.
2 Comments:
De:S.S. Potencio
Amigo e Senhor João Silva,
Gostaria de trocar alguns emails para troca de lembranças, recordações de Angola.
Receba um grande abraço com amizade.
Silvino Potencio
Emigrante Transmontano
O Home de Caravelas - Mirandela
http://zebico.blog.com
www.potencio.multiply.com
Boa-tarde, gostava muito de conversar sobre as suas memórias do trabalho com o meu avô, será possível? Diga-me quando pode que lá estarei. Cumprimentos Joana Leitão de Barros
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