SETENTA ANOS ATÉ ... À OBESIDADE
Vi ontem, pela enésima vez a “Canção de Lisboa”, filme em que iniciei a minha carreira como profissional de Cinema. Foi no Verão de 1933. Como acima digo, vi o filme inúmeras vezes através da TV, e em todas elas senti uma imensa saudade daquele tempo, dos pormenores das filmagens que se mantêm vivos na minha memória. Mas justamente ontem fui surpreendido com algo que nunca tinha visto no filme. Uma amiga brasileira a quem eu ia chamando a atenção para os artistas, para as cenas mais curiosas, etc. diz-me a certa altura: “Mas naquele tempo só havia pessoas magras?”
Caí em mim e apercebi-me de que, realmente, a não ser o Vasco Santana não havia mais nenhuma pessoa verdadeiramente gorda. Passei a ver o filme com mais atenção, e constatei que na cena da eleição da Miss Castelinhos” em toda a plateia não se dava conta de qualquer pessoa gorda. Isto não quer dizer que as não houvesse, mas desapareciam no meio dos magros ao invés do que hoje acontece.
Também nas cenas de rua, na Estação do Rocio e na Praça D.Pedro IV, não só os figurantes, mas igualmente os transeúntes alheios às filmagens, não primavam pela abundância de camada adiposa.
A quem tenha dúvidas sugiro que veja, ou reveja, com atenção alguns dos filmes daquela época. Anos 30/40 do Século XX :. “Pai Tirano” Pátio das Cantigas” “João Ratão” “Camões” “Ribatejo” Leão da Estrela” “Costa do Castelo” Menina da Rádio”, etc.
Pois veja, compare e… compare-se.
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