terça-feira, março 11, 2008

História....



HISTÓRIA TRÁGIC’RIDÍCULA

Começa por ser, ou parecer, simplesmente ridícula.
Passo a contar:
Num respeitável ( escrevo-o sem ironia ) Hospital, implantam-se Pacemakers que por períodos mais ou menos alargados devem ser programados.
No caso em presença espaçado de cerca de um ano.
Os Serviços Burocrátic’Administrativos enviam aos pacientes, avisos marcando a data e hora do exame a realizar, com uma grande antecedência, a todos os títulos louvável pelo que representa de zelo, competência, preocupação e extremo cuidado com a precária saúde
da pobre gente que frequenta aqueles lugares de carinho e dor.
E o cuidado, a exactidão e a minúcia das indicações que; para citar um exemplo recente (tão recente que até é de hoje), um aviso de há oito meses, indicava como data futura do exame o dia 10 de Março de 2008 às 15.00 horas e 10 (repito, DEZ) minutos, com a indicação/ordem de que o utente deveria apresentar-se com meia hora de antecedência.
Repare -se na ridícula minúcia dos dez minutos depois da hora certa, sabendo-se; como toda a gente sabe, das exasperantes e tantas vezes dolorosas esperas em rígidos assentos de madeira em conflito com as magras carnes “regionais” que os velhos ossos tentam perfurar.
Chegado à recepção com apenas vinte e cinco minutos de antecedência, desculpei-me como pude, e esperei até às Dezassete horas.isto é, duas horas e vinte cinco minutos.
Pedida ao médico, aliás simpático e já meu conhecido de anteriores esperas, a explicação para o preciosismo dos “dez minutos”, buscou no computador a resposta para a pergunta, e obteve-a : “a cadência de atendimento está calculada em VINTE MINUTOS ???
Alguém, alguma vez teve num hospital - qualquer hospital - a dita de ser atendido em vinte minutos numa qualquer consulta?
Escreveu-se em título “Trágic’ridícula”
Retiremos porém o ridículo; fica-nos o trágico.
E hoje – como foi ontem e será certamente amanhã – os utentes eram todos, repito todos, pessoas acima dos setenta, e até dos noventa anos; uns em cadeira de rodas, outros amparando-se precariamente em bengalas.
Ridículo, incompetente, ou ambas as coisas, e ainda desumanidade, é o “burocrat’administrativo”, que aqui, como em muitos outros serviços públicos, não cura de saber do sofrimento alheio,
. Diz o Povo na sua imensa sabedoria:
”O que os olhos não vêem, Coração não sente !...”

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

parece que vamos ao mesmo hospital... tem toda a razão e ainda mais, caro amigo sr. joão. asterisco saloio

8:22 da tarde  

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