quinta-feira, fevereiro 09, 2006

A propósito de José Megre


Vi há dias na Televisão uma entrevista com José Megre que teve o condão de me trazer à memória gratas recordações de Angola onde vivi longos anos. Lembro-me de José Megre embora não tenha tido o prazer de o conhecer pessoalmente. Fiquei particularmente tocado pelas referências que fez às extraordinárias belezas dos Desertos: "Muita gente pensa que os desertos são só grandes extensões de areia monótonas e assustadoras, mas não, também têm grande aglomerados rochosos, ravinas de rara beleza com as mais variadas cambiantes". Cito de cor. Apenas conheço o Deserto de Moçâmedas, o José Megre conhece também este que tive o privilégio de filmar desde a Leba no sopé da Serra da Chela, até ao Cunene, passando pelo "Tambor" que vem mencionado no Mapa de Angola e que não é uma Povoação mas na realidade um tambor de duzentos litro cheio de areia e posto num cruzamento com uma tabuleta indicando os caminhos para a estrada Moçâmedes Porto Alexandre e Virei e Sá da Bandeira. Seguindo para Sul atravessando o Coporolo (?) direcção à Espinheira e Iona, maravilhosas "Terras do Fim do Mundo" região semi-desértíca, muito pouco conhecida ao tempo em que por lá andei guiado pelo inesquecível Tito, na década de cinquenta do Século passado. E por aqui me fico antes que a emoção me tome. Não sem antes renovar o meu...
Obrigado José Megre.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Interessante, João, como só você sabe contar. Gostava de ter recordações dessas. A minha vida foi uma seca. Quase sempre igual, com alguns períodos de arrebatamento, próprios da "juventude inconxiente". Mas já passaram e agora é o rengue-rengue habitual. A Sabedoria, o Século, umas idas ao cinema e a minha máquina fotográfica é que vão colorindo a monótona vidinha. Contudo, apesar disso ou talvez por isso, sou um homem feliz q.b. Não me posso queixar.

Estou a aguardar o telefonema da TM. Depende do regresso da viagem a S. Tomé. Também eu gostaria de lá ir.

Tal como você, estou sempre desimpedido. Agora menos, porque ando ocupado a roer as unhas. Espero que a emoção não me tome no dia do café e apareça corado como um pimento - olhe que não é do cheirinho!!! esse vai ser você a ter que pagar :-).

Um abraço
Jacinto

2:50 da manhã  

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