terça-feira, janeiro 30, 2007

Como se desfez uma ilusão

Como se desfez uma ilusão
da mais deliciosa maneira:
ou como o pobre Jacinto
em boa hora, partiu.

Mas isso foi muito mais tarde.
Quando " A " conheci ,era uma moça linda, talvez a mais bonita em todo o Bairo. Tinha dezoito anos. Séria,honesta ao ponto de ser virgem. Estou a ver a reação: " O què, Virgem aos dezoito anos!? Compreendo a estranheza, mesmo a incredulidade. Estamos em 2007.Sosseguem os vossos espíritos cépticos. Isto passou-se vai para mais de sessenta anos.. Pois foi mesmo assim tal qual estou contando que ela casou virgem e ingénua com o Jacinto mais velho dez anos. Foi um casamento que ela julgou, perfeito. Adoravam-se e para ela era Deus no Céu e o Jacinto na Terra E assim viveram completamente felizes (ela assim julgava )até ao dia em que o Jacinto se foi para sempre deixando-a viúva,aos vinte e quatro anos,jurando não mais esquecer o Jacinto, "o melhor homem à face da Terra" (dizia ela).Afirmava que nunca mais casaria.., Que a lembrança do seu Jacinto jamais morreria nela. Confidenciou mesmo às amigas mais chegadas que nunca seria capaz de se deitar com outro. E,confessou, corando:"nenhum" homem me daria o prazer que o meu Jacinto me dava".
Continuava tão bela como aos dezoito anos mas agora ostentando toda a pujança de mulher feita:, e muito bem feita!. Surgiram logo vários pretendentes todos cheios das melhores intenções e também das "piores", por ventura as mais tentadoras.E ela a todos recusou afirmando que iria morrer viuva, com a memória do seu Jacinto. Mas o destino dela não era esse,(embora ela o não soubesse). Um rapaz do Bairro, mais velho do que ela, andaria pelos trinta anos,também,felizmente viuvo inconsolável teve o condão de a comover. Falaram dos seus entes queridos, choraram juntos, conheceram-se melhor e por fim ela venceu - com a ajuda dele as suas mágoas, ele minorou as dele - com o auxílio dela - e, fatalmente, casaram. Foram passar a Lua de Mel â Madeira, que ao tempo era um jardim e, não do Jardim. E chegou a temida e desejada noite de núpcias. Antes de se recolher ao tálamo conjugal,teve uma hesitação e pediu ao, agora seu marido: "olha querido. Deixa-me ir ali à janela,rezar uma oração ao me... ao Jacinto" - "Mau, mau". pensou ele, mas não quis estragar a noite que a langerie transparente dela prometia. "Está bem,vai lá",e "in mente": deixa lá que esse Jacinto nunca mais vai por os ossos cá em casa". Ela foi, rezou, fechou a janela e deitou-se meia trémula junto do seu novo marido de trinta experientes anos. Realizaram então a figura jurídica, dita "Consumação do Casamento". Pausa;,repouso, e eis que ela se levanta e pede: "querido, deixa-me ir novamente ali à janela" - "Mau,mau”pensou ele de novo. Mas filosoficamente admitiu: "sempre descanso uns segundos –que bem preciso" E ela lá foi, abriu a janela de rompante e erguendo para o Céu,com impúdica altivez, a exuberante beleza dos seus seios nús, clama: Qh!Jacinto.Vai barda mééérda!!!...

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

antes tarde do que nunca....
beijo e óptimo fim de semana.
isabel soares

5:48 da tarde  
Blogger Erecteu said...

Explendido

4:12 da tarde  

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