Como tantos
outros estudantes, a meio do Secundário trocou os estudos por um emprego. Trabalho indiferenciado, pois o Secundário, mesmo que completo, é um curso "generalista" que não aponta para algo defenido, produzindo, na melhor das hipóteses, funcionários públicos, professores primários que irão encaminhando os seus alunos que não ficarem pelo caminho, para um destino igual ao seu. Resolveu pois o estudante em questão voltar a estudar, agora como trabalhador/estudante com todo o sacrifício e esforço a que esta condição obriga. Mas esta dupla actividade não oferece nada de seguro e estável, e leva muito tempo até se conseguir uma licenciatura. Mas obtida esta, e já rondando os trinta anos, é "só" percorrer a "Via Sacra" da busca de colocação ou emprego consentâneo. Todos sabemos o quanto é difícil consegui-lo. Daí o recurso à busca de um trabalho indiferenciado que muitas vezes lhe é recusado até por empregadores que não vêem com bons olhos um Sr. Dr. ao balcão da sua loja, ou à secretária do seu escritário, apesar dos baixíssimos salários que viriam a pagar a um empregado sem qualificação. Outros haverá, que não lhes podendo garantir um vencimento compatível com a sua formação académica, não os admitem nas suas Empresas. Por sua vez o Estado, através das suas Faculdades, e o Ensino particular, vão "dando à Luz" centenas e centenas de "quase nados mortos", enquanto o País se debate com a falta de gente qualificada que o arranque desta letargia que nos arrasta desde sempre na cauda da Europa. Um Lienciado em Psicologia cuja Tese foi aprovada com 20/20 valores parece que deveria ter admissão imediata na Saúde, na Educação, no Desporto, Forças Armadas, Justiça etc, não teve outro remédio senão emigrar para o Reino Unido onde finalmente conseguiu trabalho que, embora muito abaixo da sua formação, lhe permite um nível de vida que a sua própria terra lhe nega. Enfim: um "Ucraniano" made in Portugal...
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