Roxa xenaider

quarta-feira, agosto 06, 2008

Ainda a Saga dos Hotéis do mato

Ainda a Saga do Hotéis do Mato
Fins dos anos sessenta do Século XX, obviamente.
Regressávamos, minha Mulher e eu, das filmagens de uma produção francesa em que ambos trabalháramos, e decidimos pernoitar em N’Dalatando, ao tempo Vila Salazar.
Já sabia por antigas e dolorosas experiências que iríamos dormir num mau hotel Mas enfim, seria apenas mais uma noite das muitas já ”sofridas”.
Antes de nos instaalarmos, fui cumprimentar o Governador, já meu conhecido dos tempos de Administrador, que na ocasião me recomendou um novo Hotel, recém inaugurado.
Assim procurei o estabelecimento onde um criado me indicou um Bar do outro lado da rua, onde estaria a proprietária.
A senhora com ar enfastiado entregou-me uma chave, e recambiou-me para o outro lado da Rua.
A primeira coisa que fizemos foi dirigirmo-nos à casa de banho, para nos livrarmos da muita poeira acumulada durante as centenas de quilómetros percorridos.
Para surpresa nossa só havia uma toalha de rosto e mais nada.
Esquecimento, pensei, fruto da inexperiência. Mandei o rapaz pedir as toalhas de banho à senhora.
Não se demorou nada em trazer-me a resposta :” a senhora diz que já tem lá toalha”.
Passei-me dos carretos e com a disposição que seria de esperar de quem trazia nas costas centenas de quilómetros, e em todo o corpo quilos de poeira, ,peguei na toalha, e entrei pelo Bar dentro quase gritando: “então a senhora acha que esta toalha chega para tomar
banho ?” e a senhora em tom persuasivo: “para um casal…”
Compreendi tudo; era uma “hoteleira do mato”.
Energicamente, exigi as indispensáveis toalhas. Uma ligeira pausa, e numa voz entre condescendent e resignada, diz ao rapaz; “bem, dá lá as toalhas”
No dia seguinte terá contado ao marido “imagina tu que ontem…”,





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terça-feira, agosto 05, 2008

Porquê dominar as emoções?

Porquê, dominar as emoções?
Não deixar as lágrimas fluir
não abrir ao mundo os corações ?
Porquê, toda a vida a fingir
que um homem nunca chora,
se sofre dentro do peito
a dor que nega por fora.

A vida banalizou
a tal ponto o sofrimento
que bem cedo nos levou
a perder o sentimento
de dor pela dor alheia.
E como não ser assim.
se perante uma plateia
escrava da Televisão
se exibe a todo o momento,
incluindo à refeição
a fome e o sofrimento
de tod’uma multidão
de velhos, e de crianças
que velhos nunca serão.

Mas´inda haverá, espero eu
Coisas de maravilha e Amor
debaixo do azul do Céu:
o perfume de uma flor,
e como sinal de esperança
o som mais belo do Mundo.
O riso de uma Criança.