Roxa xenaider

sábado, junho 30, 2007

Publicidade agónica/diarreica
gentilmente oferecida pela TV aos seus espectadores. . . à hora das refeições.
Um cavalheiro de fino trato mostra-se impaciente no meio de uma fila de pessoas.
Põe a não na barriga e com expressão aflita, deixando o seu lugar na fila, corre apressado para um porta estreita enquanto outro cavalheiro (suponho) em “off”, debita a diarreia, blá- blá, antes que ela nos mate a nós.
Insiste mais uma vez ou duas na palavra assassina, numa coisa que não precisa de água, enquanto o senhor com ar aliviado ( já saiu da “casinha”) mete qualquer coisa na boca.
Depois vai para o cinema com a namorada, enquanto nós, os incautos que não desligaram a tempo, arrancamos em corrida disparada para a “casinha” regressando já sem o almoço, que até estava bom.
Seja -me permitida uma antecipação em tempo e tecnologia. Quando será a TV provida de um sistema de odores?
A tempo: se não apanhou o programa ao almoço, tente ao JANTAR. Logo tem mais.

domingo, junho 24, 2007

MAS QUE PAÍS É eeeeste ?!!!

Sim, que País e este? Tremo de espanto e indignação com a notícia dada com relevo por toda a imprensa, de um pobre rato que “jazia morto e apodrecido” num gabinete de juiz no vetusto convento, ora tribunal da Boa Hora.Nestes tempos de lutas pelo ambiente, pela protecção das espécies, que feia contradição entre o que se alardeia e o que se faz realmente. As grossas paredes centenárias abrigaram, cuidaram e protegeram desde o Século, XVII os frades Agostinhos Descalços que arrastavam, sonolentos, as plantas dos pés pelas frias lajes dos claustros, sempre em completo silêncio, que a isso os obrigava o voto que haviam assumido com as vestes talares. Mas se o falar lhes era interdito, nada os impedia de ouvir, e ouviam saudosos o guinchar de centenas de ratos que lhes trazia à memória o chilrear da passarada nos hortos e vinhedos da sua longínqua infância. Assim conviviam, monges e ratos, todos criaturas de Deus, todos com o sagrado direito à vida; uma vida digna e conforme às necessidades das espécies no seu conjunto e do indivíduo como “ser único e insubstituível”. E os frades, no seu alheamento das coisas terrenas, num certo desmazelo, confessemos, iam deixando umas poucas migalhas da migalha que já eram as suas refeições na escudela do almoço para a ceia ou da ceia para o dia seguinte. Os ratos agradeciam. E no isolamento da sua cela, na dureza do seu catre, os frades iam escutando como num sonho o chilrear da passarada nos hortos e vinhedos da sua infância. E esta sã convivência perdurou através de Séculos, até que os monges se foram para junto de Deus, ou simplesmente extintos pela República. Mas os ratos não, ninguém se preocupou com eles que, com a vivência adquirida ao longo de milénios, foram sobrevivendo sem serem molestados pelas novas autoridades entretanto investidas. Mas os “tempos” evoluem – nem sempre no melhor sentido, diga-se – pois ainda há setenta e oitenta anos atrás, existiam nesta cidade de Lisboa, verdadeiros santuários das ratazanas. Refiro-me a certos Bairros a que se teimava em chamar Populares, eufemismo usado para “pobres” palavra “non grata” das autoridades da época (melhor dizendo. das épocas). As casas desses bairros de que Alfama era paradigma; eram antigas, envelhecidas não cuidadas. Chegavam ao extremo de uma cama de um primeiro andar, enfiar uma perna no soalho e romper o teto do vizinho. (observação directa). Havia buracos em tudo quanto era madeira - e era quase tudo – e os ratos circulavam directamente de divisão para divisão, de casa para casa, de prédio para prédio sem necessidade de vir à rua. Tinham o abastecimento garantido e simplificado porque, na ausência (total) de frigoríficos, os alimentos ficavam pouco menos que expostos como num “minimercado”. Era só servir-se. Tinham já uma tal intimidade com os outros ocupantes que sucediam casos como o que vou relatar (ainda por observação directa). Uma noite, vindo da escola, dispunha-me a comer o que minha Mãe me tinha deixado no borralho da chaminé, quando oiço um ligeiro restolhar debaixo da mesa. Fiquei de pé observando um ratinho muito pequeno arrastando um pedaço de pão quase do seu tamanho. Certamente deixado cair por um dos meus irmãozinhos. Fiquei quieto e o ratinho continuou no seu árduo labor, até que eu sussurrei um “Chiu”. O bichinho largou o pão, deu uns passinhos na minha direcção, levantou a cabeça, olhou-me, deu meia volta e pegou no pedaço de pão e enfiou-se com toda a tranquilidade num dos buracos no soalho que ficava ali mesmo à mão. Não sei se teria ido contar à família a sua façanha; mas se foi, bem lhe deve ter custado um bom puxão de orelhas. em querer, desviei-me do meu rumo inicial que apontava para “espanto e indignação”. Mas não perdi um, nem outra. A seu tempo lá voltarei. Por agora proponho que continuemos pelos idos dos anos vinte/trinta do Século XX. Nessa recuada era, a gente mais pobre entre os pobres que todos, então, éramos, procurava diversões ao alcance da sua bolça. E sempre encontrou: uma espécie de Circo Romano (versão reduzida) que de uma “só cajadada” matava três males: a penúria – mal crónico e generalizado - a falta de diversões, e finalmente, os ratos que comiam as sobras do jantar. Divulguemos pois o “modus faciendi”: usavam umas ratoeiras com lotação para três ou quatro exemplares, provida de um pedaço de queijo sobre um alçapão. Deixada de noite em sítio estratégico – que era qualquer sítio – de manhã era só contar as peças, anunciar o espectáculo em altos gritos e esperar que as janelas se enchessem de uma multidão ululante, ávida de luta, violência e vingança. Entretanto, chegavam os gatos, que não precisavam de convocatória. Abria-se o “curro” e aí tínhamos uma “corrida” de morte -lenta - pois os “matadores” não tinham pressa em acabar com as suas presas sem primeiro brincar um pouco. Isto era o corrente nestas lutas com final antecipado como a Luta Livre no Parque Mayer. Mas por vezes, poucas vezes, alterava-se a rotina e o final, como no seguinte episódio (também de testemunho presencial). Tinham caçado um ratinho adolescente numa ratoeira de pequenas dimensões. Iniciou-se a função com a presença de apenas um gato que estava, como habitualmente, com a disposição de se divertir antes de “se sentar à mesa”, tanto mais que não iria haver mais convivas. Aberta a porta, logo o prisioneiro, presumível condenado à morte, se esgueirou direito à valeta do passeio, seguido do seu, também presumível, carrasco. Tivemos então um espectáculo de rara inteligência e mais rara coragem. O roedor, sempre encostado à valeta e encarando a centímetros a porta do inferno que era a boca do gato, encrespava-se e avançava uns passinhos; e o gato, certamente lambendo por antecipação os beiços ia recuando na mesma medida, deixando à sua potencial refeição o comando das operações. E assim se passaram angustiados segundos até que, percorrido um longo, longo meio metro, o inteligente e corajoso ratinho se esgueirasse pelo cano do algeroz que atravessava o passeio. Nunca vi melhor nos filmes de desenhos animados; nem escutei uma tão grande ovação proporcionada por uma multidão de prováveis futuras vítimas daquele genial roedor. Chegou a altura de reatar a estória no ponto em que a deixei, à beira do “espanto e da indignação”. Sim, que por agora andei por tempos espaçados por quase um Século. Como foi possível que se tenha perdido o sentido de solidariedade, de amor ao próximo, mesmo tratando-se de um animal, também um ser de Deus, como nós próprios. Como foi possível esquecer uma tradição vinda do Século XVII, em que os Agostinhos Descalços repartiam as suas parcas migalhas com outros seres mais carentes igualmente feios, mal cheirosos e tão descalços como eles próprios, mas também como eles próprios, criaturas de Deus. Como foram capazes, os senhores juízes guardiães da Lei e da justiça, deixarem que a incúria, desleixo, desumanidade, levassem à morte, à putrefacção ao extermínio de toda uma estirpe vinda do Século XVII, coeva do nascimento do Mosteiro dos Padres Agostinhos Descalços. Então nesta época de progresso, de espectacular avanço da ciência, dos antibióticos, vacinas, quase milagrosas, etc. não foi possível salvar um pobre rato, talvez o último representante daquela família antiga de quatrocentos anos e que agora “Jaz Morto e Arrefece” num gabinete de um Meritíssimo Juiz do Tribunal da Boa Hora, em pleno centro da Cidade de Lisboa. Tremo, já não de espanto. De indignação.

“Mas que País é eeeeste»?!!!

AS GALINHOFAGAS

Em África coexistem herbívoros e carnívoros; aqueles destinados a ser a dieta destes, estes a serem tapetes na sala ou troféu numa parede. Isto se, antes de ser troféu, não tenha comido o caçador. Deixei propositadamente para o fim os mais ferozes de todos e também mais difíceis de combater e dominar. Refiro-me aos insectos, personificados na formiga “KISSONDE”, e as GALINHAS, representadas pela galinha branca de postura, sem dúvida a aristocrata da espécie. Porquê esta mistura de duas espécies tão diferentes? Diferentes sim, morfologicamente, mas quem sabe o que se esconde de semelhante no instinto de cada uma delas? Recuemos um Século: Na África pré colonial, as tribos, eram como países diferentes; outros costumes outras línguas, outros deuses, outros feitiços. Eram, aliás como em todo o Planeta estrangeiros entre si, como os holandeses e os franceses, ou os Polacos e os Portugueses. Apenas a cor os irmanava, por isso, as guerras em que se envolviam, se chamavam “guerras civis” e eram mais ferozes que as “internacionais”. Os troféus que os caçadores exibiam na parede da sala, por exemplo o crânio de uma palanca com uns cornos lindíssimos, só ali podiam estar se todos os ossos fossem expurgados do mais pequeno resíduo de tecidos putrificados. Caso contrário ninguém poderia suportar o cheiro. Mas limpar o interior dos cornos de um antílope, com as extremidades finas que têm, era tarefa quase impossível. As galinhas sofreram o seu justo castigo porque ficaram com o pescoço manchado de sangue, o que as transforma de carrasco em vítimas e assim, numa progressão geométrica, acabaria todo um galinheiro, quiçá um aviário. O pobre criador procura afastar as galinhas umas das outras recorrendo por vezes ao pontapé, mas logo se arrependendo, cada uma custou os olhos da cara e por enquanto ainda não começaram render (um ovo por dia). É preciso besuntar com “azul de mitilene”, cor que elas repelem (até as paredes são dessa cor até Mia de um metro de altura.´ Os cantos das paredes não são em ângulo recto mas sim arredondados, para que elas não se encurralem umas às outras. Enfim, um amor de bichinhos. Vem muito a propósito inquirir: se o criador desmaiasse e, com as mãos manchadas de sangue, ou muito simplesmente tivesse um ovo partido na mão, e ficasse muito tempo sem se poder defender, estou absolutamente convencido de que não seria necessário recorrer à eficiência da “Kissonde” E ao reconhecido espírito prático dos Povos Bantu.

O melhor será não experimentar.

terça-feira, junho 05, 2007

A “LIBERDADE MALUCA”

Nos anos trinta,era uma figura muito popular ali pela Rua dos Remédios e Largo de Dº Rosa. Morava numa sobreloja à esquina do Largo para o qual abria uma janela. Do lado da Rua dos Remédios, além da entrada,havia uma pequena varanda, palco por excelência das performances em que a Liberdade era pródiga,para gáudio do rapazio primeiro e dos adultos depois.
Desaparecia de tempos a tempos, - toda a gente sabia porquê – mas não a desprezavam por isso; deixavam-na viver a sua vida …desde que não “desinquietasse” os seus homens.
Algumas vezes arranjava um apoio mais duradoiro que a vinha buscar e trazer a casa, até que se interrompesse o ciclo, e tudo se repetisse com outros apoios.
E lá ía vivendo aos altos e baixos como é sina da Liberdade.
Geralmente quando voltava de uma tournée, vinha muito bem calçada e vestida com certa elegância e qualidade. Mas tudo tem o seu fim e o "prego" era ali mesmo ao lado. E lá voltava outra época de tournée.
O pior era quando havia drama passional, traição, ciúmes. Era aí que surgiam as performances a que já me referi.
Vinha para a janela, rasgava-se despenteava os cabelos, rasgava a roupa, gritava. Sobretudo gritava aos quatro ventos os feitos e defeitos do seu "último".
Eram sempre espectáculos com muito público.
Em boa verdade ela não era um caso único; noutros recessos mais afastados do Bairro outras "Liberdades" haveria, embora nenhuma delas fosse a que
se desejava.
Nos Bairros pobres, perdão; Populares. Naquele tempo não se usava aquela designação. E com certa razão, diga-se, porque só lá vivia (sobrevivia) Gente do Povo, que tinha uma forma compreensiva de encarar a pequena delinquência: pequenos furtos, contrabando, etc. em que os fragateiros do Tejo eram exímios. Havia mesmo um princípio sagrado entre eles: “nenhuma carga passava pela sua fragata sem pagar a taleiga". Mesmo quando carregavam pedra, areia ou coisa do género, sempre deitavam umas pasadas ao rio, por uma questão de justiça e igualdade: "ninguém em circunstâncias iguais deverá ser privilegiado".
Havia alguns "intrujas" (receptadores) na vizinhança, e o mais conhecido era o Diamantino da Mercearia, no Largo dos Caminhos-de-Ferro a dois passos da Esquadra da Polícia instalada a menos de quarenta metros e…no mesmo passeio. Este personagem tinha o sistema muito bem montado. O balcão da loja tinha uma prateleira muito baixa. Os fragateiros escondiam a taleiga da seguinte forma: estendiam um lenço muito grande que todos eles usavam, sobre o leito da fragata; espalhavam sobre ele por exemplo, latas de conserva. Depois deitavam-se de costas sobre a "mercadoria" que era disfarçada pela estreiteza da cintura e amarravam as quatro pontas do enorme lenço sobre o peito, vestiam a camisa de xadrez e punham o casaco pelas costas como era seu hábito. Claro que isto dava para pouca quantidade de latas, mas estamos falando de pequenos delitos, e os fragateiros - eram gente honesta - considerada entre a população. . Chegados à loja do Diamantino (por nós, garotos, crismado de "rouba tostões") o fragateiro colocava as latas sobre o balcão enquanto o marçano devidamente industriado vigiava a rua. Subitamente o rapaz dá o alarme: "Vem lá um polícia!!!". Acto contínuo, o "merceeiro intruja" puxa para dentro e para o chão toda a taleiga. A pontapé lança tudo para debaixo da prateleira estreita sob o balcão. Mas afinal fora falso o alarme, e o presumível polícia seguira noutra direcção.
Quando a mercadoria voltava ao balcão, vinha reduzida a metade...
O pobre fragateiro sentindo-se roubado, reclama, mas o intruja mostra-lhe o chão virgem de sardinhas; e de atum nem o cheiro.Se o pobre marítimo reclama demais, ameaça-o com a polícia: diz-lhe que ele lhe veio oferecer mercadoria roubada. O que, sem deixar de ser verdade, se torna porém, numa coisa quase desculpável, face à "Diamantina" canalhice do Intruja.
A compreensão que os habitantes do Bairro demonstravam para com estes modesto pecadores, era extensiva a outra espécie de pecadores.
Mas agora me dou conta de como o ondular da memória me afastou da Liberdade, - mas não devemos esquecer que naquele pequeno Mundo, o fragateiro e a rapariga não passavam de dois pobres seres que – embora por prcessos diferentes, procuravam melhorar as suas vidas. Daí que tenham surgido entrelaçados nesta estória.
Naqueles recuados tempos havia muitas desordens por aquele Bairro - e pelos outros também. Umas benignas, que acabavam num copo na mesma taberna onde tinham nascido, outras nem tanto Algumas metiam mesmo navalhada, e então formava-se um ruidoso cortejo de garotada e mulherio em altos gritos e choros, pela Rua do Paraíso acima até ao Hospital da Marinhao ferido levando o ferido em charola, fosse qual fosse a gravidade das lesões. Porque naqueles tempos de Paz e Concórdia; prosperidade mesmo, não havia "inemes", e os Bombeiros também não tinham grandes meios (só boa-vontade)
Entretanto os homens procuravam esconder o faquista. Afinal de contas, "um já está lixado portanto: vamos salvar o outro, porque isto até odia ter
sido ao contrário" Esta a filosofia.
Mais uma vez me meti por caminhos ínvios e perdi a Liberdade.
Deixei-a lá para trás rasgndo-se, eagatanhando-se e gritando, em bebnefício da miudagem e, porque não dizê-lo, de algumas mulheres, já habituadas
àquela inconsequente histeria.
O último brado lançado da varanda sobre os espectdores era: "VOU-ME MATAR !". Saia e começava a descer a Rua dos Remédios, a caminho do Chafariz de Dentro seguida por num cortejo com o rapazio gritando: "A Liberdade vai-se ;Matar! A Liberdade vai-se matar!!"
Aquele percurso levava-a, e à sua Corte,directamente à Doca do Jardim do Tabaco que, com a sua vizinha do Cais da Areia, (também chamada Doca do Esanhol) acolhia a maior parte das fragatas de Lisbo. Lindíssimas embarcaçõe, de "boca aberta" o que lhes dava uma grande capacidde de carga,ssim como facilidde de estiva. Algumas, as maiores julgo, atingiam oa vinte metros de proa à ré. Devido à sua forma bojuda e por serem construidas totalmente em madeira, tinham grande flutuabilidade. Com bom tempo, chegavam a navegar com água pela borda falsa, isto é, quase pela borda propriamente dita.
No topo do Mastro, o "calcês" exibiam com orgulho as listas de cores variadas e sempre berrantes,de forma a serem facilmente identificadas, pois as lists, as cores e a sua disposição eram o Bilhete de Identidade do proprietário.
E pronto. Tornei a perder a Liberdade. Mas está mesmo aqui na "Doca
do Jardim" como é comunmente chamada, por todos nós,os do Bairro, que lá íamos tomar banho, quando onseguiamos iludir a Guarda Fiscal, em cujo Posto havia uma planta de tabaco, sempre viçosa de forma a identificar as folhas que os contrabandistas procurassem fazer entrar no País.
Finalmente atingimos o Cenário escolhido pela Liberdade para a sua Apoteose.
Chegava acompanhada dos berros da garotada fazendo contraponto ao seu: "VOU-ME MATAR !" "VOU-ME MATAR!!!"
Os fragateiros acumulavam-se nas suas embarcações, esperando o Grande Final. Quando a "casa" estava bem cheia, a Liberdade mergulhava nas águas da Doca que, naquele tempo - à oitenta anos - era bastante limpa,e só não se bebia porque era salgada.
Como todos esperavam - e ela tmbém - os homens lançavam-se à água e
salvaram a Liberdade. Com certeza davam-lhe algo quente a beber, enquanto o público desinteressado, e cruel ía destroçando. Cobriam com uma manta o corpo encharcado daquela infeliz criatura, Ajudavam-na a subir a muralha.
E a Liberdade, tomava o caminho de casa.
Encharcada. Chorosa. Sosinha.
E


















sábado, junho 02, 2007

A Liberdade Maluca